sexta-feira, 5 de junho de 2009

Onde ficou a Nave da presidente do Conselho Nacional de Educação?

Numa entrevista ao Jornal Público a presidente do CNE faz afirmações extraordinárias para quem se diz investigadora com percepção do terreno. Diz a Sr.ª a propósito do problema de consolidação de competências: «Hoje em dia, temos mais capacidade para resolver problemas, mas para isso, os professores têm que trabalhar mais. Não podem ser só as famílias, embora estas sejam importantes; é a escola que tem que ter muito mais responsabilidade.» Patetice de quem não percebe que neste pais existem gigantescas franjas da sociedade cujas famílias desvalorizam a escola e a educação global dos seus educandos. Famílias que nem sequer apoiam os seus filhos na preparação do material para o dia seguinte. Patetice de quem considera que os professores têm de trabalhar mais em detrimento de mais recursos diferenciados para as escolas. Não faltam exemplos de disciplinas em que detectadas as necessidades dos alunos, têm professores a realizar aulas de apoio pedagógico acrescido a grupos grandes, que incluem muitas vezes alunos com necessidades educativas especiais de carácter permanente. As escolas têm que ter mais responsabilidades, subscrevo, mas também têm de ter mais autonomia para responder efectivamente às suas reais necessidades. Afirma ainda, «É muito importante o trabalho em sala de aula, porque se o aluno tiver que trabalhar, não pode fazer gazeta e aprende» Patetice porque revela não perceber que os alunos que faltam, por norma às aulas, fazem-no para evitar o trabalho. Gostar da escola não é sinónimo de gostar de realizar esforços cognitivos. Por fim, a parolice do costume. O recurso a exemplos de países que Nada têm que ver com a reaidade portuguesa para justificar opções/decisões, «Na Finlândia, há alunos dessas idades [10 a 12 anos] a estudar cinco línguas, há percursos muito centrados nas línguas porque os finlandeses dizem que são um país periférico e têm que aprender.» Está bem entregue o CNE!

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