
Papa: «Preservativos não são solução para a sida» «pelo contrário, a sua utilização agrava o problema».
Não sou católico nem tão-pouco cristão, pelo que não comento as declarações de Bento XVI do ponto de vista religioso.
Mesmo assim quero dizer que compreendo que as tradições religiosas têm fundamentos milenares, e não podem nem devem andar ao sabor de modas e mudar como o comprimento das saias.
No entanto não é de modas que se trata. É da vida. E da vida humana, que tem importância central em todas as religiões. Tão fundamental quando se trata do aborto (palavra que detesto) ou da eutanásia.
A SIDA não tem cura à vista. E para os pobres tem pouco ou nenhum tratamento.
A única forma conhecida de travar o aumento da doença é prevenir a transmissão.
Morreram já em África vítimas do HIV cerca de 11,5 milhões de pessoas, um Portugal e o dobro das vítimas do holocausto nazi. E estima-se que morrerão mais 22 milhões na próxima década. Um número 200 vezes superior às vítimas da bomba atómica estado-unidense lançada sobre Hiroshima em 1945.
No Zimbabué 25% dos adultos são seropositivos, e a esperança de vida caiu dos 66 para os 41 anos.
Meio milhão de crianças, uma em cada quatro, é órfã pelo HIV.
Em que é que o preservativo pode ser pior que isto?
Ninguém é ninguém para julgar alguém.
Gostava apenas de ajudar a arranjar um meio de fazer luz na mente de Bento XVI, porque a sua palavra tem um poder imenso, e pode decidir de muitas vidas.
Cada uma daquelas vidas vale tanto como a dele ou a nossa. Temos missões e possibilidades distintas, mas nenhuma vida vale mais que outra.
Se não salvarem as vidas como vão salvar as almas?
Ficarão os missionários em África desempregados num futuro próximo?
Que toda a Luz do universo ilumine Bento XVI.
1 comentário:
Eu posso compreender que assim dito possa parecer polémico, mas há que contextualizar. Se considerarmos a realidade em África no que se refere a sexualidade e a falta de consciência do uso adequado do preservativo percebemos que por muito irreal q possa parecer o uso preservativo é associado ao um maior número de transmissão do vírus.
O apelo do Papa não foi ao não uso do preservativo, mas à necessidade premente de desenvolver a consciência da responsabilidade sexual, na medida em que cada um é responsável pelo(s)seus(s) parceiro(s), e não reduzir a resolução do problema ao uso do preservativo...está mais que visto que não é por aí, há números que o confirmam. Há que completar e tornar consistentes as acções...Não se acaba com a fome atirando comida de aviões, nem com consecutivos subsídios...
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